MANUAL CRISTÃO PARA A PRÉ ESCOLA (0-3 ANOS) - PARTE I
O Quê as Crianças Devem Aprender e Quando?
Segundo a Bíblia e os
Especialistas
Karis B. G. Anglada Davis
Karis B. G. Anglada Davis
SUMÁRIO
INTRODUÇÃOPARTE I - Princípios Cristãos, Morais e Desenvolvimentistas
1. Princípios Cristãos
2. Educação Moral: Sua Prioridade na Fase Pre-Escolar
3. Princípios de Desenvolvimento
4. Educação da Personalidade: Aspectos Psicológicos, Sócio-Emocionais e Desenvolvimentistas
(Próximas postagnes)
PARTE II - Conteúdos e Habilidades
Bibliografia Utilizada:
2. Educação Moral: Sua Prioridade na Fase Pre-Escolar
3. Princípios de Desenvolvimento
4. Educação da Personalidade: Aspectos Psicológicos, Sócio-Emocionais e Desenvolvimentistas
(Próximas postagnes)
PARTE II - Conteúdos e Habilidades
5. Bíblia e Doutrinas
6. Nutrição e Saúde
7. Habilidades Motoras e Outros Conhecimentos (Ciências, História, Estudos Sociais, etc.)
8. Linguagem:
9. Língua Estrangeira:
10. Matemática:
11. Arte:
12. Materiais
13. Tabela Comparativa de Objetivos e Conteúdos Seculares e Cristãos Normalmente Trabalhados na Pré-Escola: 0-3 anos.
Parte III - Sugestões e Recursos
14. Conselhos Práticos para os Mães e Pais de Crianças de 0-3 anos
15. Sugestão de Rotina para Mães Homeschoolers com Crianças de 0-3
16. Recursos para Pesquisa e Leituras para os Pais:
17. Sugestão de Livros, Histórias, Músicas e Rimas para Crianças 0-3 (só para começar...)
Checklist e Registro de Progresso e Habilidades
6. Nutrição e Saúde
7. Habilidades Motoras e Outros Conhecimentos (Ciências, História, Estudos Sociais, etc.)
8. Linguagem:
9. Língua Estrangeira:
10. Matemática:
11. Arte:
12. Materiais
13. Tabela Comparativa de Objetivos e Conteúdos Seculares e Cristãos Normalmente Trabalhados na Pré-Escola: 0-3 anos.
Parte III - Sugestões e Recursos
14. Conselhos Práticos para os Mães e Pais de Crianças de 0-3 anos
15. Sugestão de Rotina para Mães Homeschoolers com Crianças de 0-3
16. Recursos para Pesquisa e Leituras para os Pais:
17. Sugestão de Livros, Histórias, Músicas e Rimas para Crianças 0-3 (só para começar...)
Checklist e Registro de Progresso e Habilidades
INTRODUÇÃO
Caros
Amigos da Educação Domiciliar,
Fui
animada a escrever esse material como uma tentativa de ajudar e tranquilizar
pais de crianças pequenas, em idade pré-escolar (0-3 anos), que estão iniciando
sua jornada no homeschooling e desde já buscam informações sobre o que fazer e
como melhor preparar os seus filhos, mas ainda encontram-se com temores e
dúvidas e um senso de incapacidade. Acredito que o motivo principal dessa
insegurança é a simples falta de formação e de conhecimento que todos nós temos
(e que um curso de pedagogia secular não iria necessariamente suprir) quanto a
questões básicas da pedagogia cristã. Boas leituras de educadores cristãos, os
conselhos de pais experientes, e uma visão geral do que a criança é,
biblicamente e moralmente, e do que ela capaz de absorver academicamente, além
de uma visão realista do que os melhores educadores e especialistas esperam do
desenvolvimento excelente de cada faixa-etária farão com que os pais tenham
seus temores iniciais dissipados e sejam libertos da pressão da nossa sociedade
que quer que os pais acreditem que não são capazes de ensinar seus filhos e que
nossas crianças estariam em melhores condições se estivessem nas mãos de
especialistas educacionais (que, em sua maioria, são jovens professoras e
pedagogas recém formadas, talvez bem-intencionadas, mas inexperientes e
despreparadas para oferecer todo o amor, a abnegação, a firmeza, a paciência e
o compromisso que Deus dá aos pais no momento em que lhes presenteia com uma
vida humana e a coloca sob os seus cuidados).
No
caso das crianças em idade pré-escolar, pais crentes e com famílias
bem-estruturadas e amorosas que desejam ensinar os seus filhos em casa não têm
o que temer, se confiarem-se às mãos do Senhor. A voz da experiência cristã é
unânime: o melhor aprendizado é o que ocorre naturalmente em companhia dos pais,
no contexto de um bom lar cristão. Muito pouco precisa ser planejado ou
comprado em termos de currículo ou material didático. Essas coisas tendem a
tirar o foco da educação espiritual e moral que deveríamos focalizar nessa
fase. Brincadeiras ativas e saudáveis, o acompanhar e ajudar os pais no
trabalho de casa, a interação com bons exemplos e as leituras de livros simples
sumarizam o resto. Ainda assim é comum que pais se sintam inseguros e um tanto
desnorteados, especialmente à medida que seus pequenos entram em idade escolar,
ou quando decidem, por algum motivo, tirar seus filhos mais velhos da escola. A
dúvida maior parece ser a dúvida da maioria dos pais homeschoolers: que conteúdos devo ensinar aos meus filhos,
e quando?
Esses
pais imaginam que há um consenso quanto a essas questões e que os professores e
escolas têm clareza quanto à essa questão, mas isso não é verdade. Em primeiro
lugar, a resposta cristã a essa pergunta será (ou deveria ser) muito diferente
das propostas seculares, e mesmo entre os cristãos, há uma diversidade de princípios,
conceitos, metodologias e conteúdos que fornecem respostas variadas à questão
curricular. Se nos voltarmos para as propostas curriculares seculares em nosso
país, elas pouco podem nos ajudar, a não ser pela voz da experiência das
melhores escolas, dos educadores mais qualificados, e dos métodos mais
bem-sucedidos. Ainda assim, muito do que se faz nas creches e escolas é resultado
de filosofias inadequadas, modismos impensados e práticas irresponsáveis. Os pais
e professores que dedicaram tempo tentando achar uma luz nos Parâmetros
Curriculares Nacionais descobriram que estes são vagos, ideológicos e de
pouquíssima ajuda prática.
Nesses
casos, o que as mães e os educadores cristãos mais experientes têm considerado
de maior ajuda (além da comparação e estudo de planejamentos e currículos de
escolas cristãs e materiais didáticos de qualidade no Brasil e especialmente no
exterior), são livros que resumem os princípios básicos de desenvolvimento, as
habilidades e conteúdos e atividades que podem ser desenvolvidos em cada faixa
etária, incluindo uma espécie de checklist dos marcos do desenvolvimento e
aprendizado das crianças, especialmente os desenvolvidos por autores cristãos,
que também se dão ao trabalho de comparar e diferenciar os conteúdos e objetivos
seculares das nossas prioridades cristãs. Eu me propus simplesmente a resumir,
traduzir e oferecer, na linguagem e formato mais simples que encontrei, o
conteúdo desse material, que normalmente aparece na forma de "listas"
de conteúdos e habilidades e que podem ser úteis para nortear e tranquilizar
muitos pais. A maioria dos materiais dessa natureza a que tenho tido acesso é
norte americano, mas busquei incorporar temas e conteúdos de boas escolas e de
materiais didáticos brasileiros (em geral fracos e/ou inapropriados)
Normalmente
essas listas são compreensivas e exaustivas, e incluem muito mais do que
qualquer família ou escola é capaz de oferecer; e, considerando as enormes
diferenças individuais das crianças e as preferências da família, elas não são
feitas para serem seguidas à risca, mas apenas para tranquilizar, dar idéias
aos pais e torná-los conscientes de áreas que podem ser trabalhadas. Neste
primeiro momento, fiz uma tradução/resumo/adaptação/compilação dos melhores
conselhos e programas, especialmente os cristãos, do que se pode fazer com as crianças na faixa de 0-3
anos, em casa, e praticamente sem ter que comprar nada, mas é claro que você pode
adicionar a gosto as sugestões de leituras e materiais que outras mães têm
oferecido em sites e blogs como o "amigasdohs". Dei especial atenção
para o ensino espiritual e moral e ao desenvolvimento integral, que deve predominar
nessa idade, mas na segunda seção você encontrará orientações dentro de temas
específicos como: Bíblia e Doutrinas, Linguagem, Matemática, Estudos Sociais,
Arte, etc. E na terceira seção oferecerei sugestões práticas, listas de
recursos e leituras, indicação de sites relevantes, dentre outros. Perdoem-me
se, na tentativa de ser compreensiva, acabo sendo prolixa e cansando meus
leitores. Recomendo esses conselhos, não como meus (embora em geral eu concorde
com eles, e aqui e ali tenha inserido alusões à experiência própria), mas com
base na qualificação dos autores e materiais utilizados e elencados na bibliografia abaixo, e no depoimento de
mães homeschoolers que utilizam regularmente esse tipo de recurso para checar e
ou avaliar ocasionalmente ou anualmente o nível acadêmico de seus filhos, comparar currículos, preparar planejamentos, gerar idéias,
etc. Espero que seja útil também a todos os pais de crianças pequenas, e,
dependendo do seu feed-back, assim que puder, desejo estender esse material para
a Educação Infantil e para as séries do Ensino Fundamental.
Karis
B. G. Anglada Davis
Bibliografia Utilizada:
A Beka Academy. Homeschool
Scope and Sequence. Preschool Through Grade Twelve. 2015
Abbot. John S.C. The
Mother at Home. Ashburn: G.A.M, 1989.
Beechick, Ruth. Teaching
Kindergartners. Denver: Accent Books, 1980.
Judith A. Schikendanz...[et al] Understanding Children. Mountain View: Mayfield Publishing Co,
1993.
June R. Oberlander. Slow and Steady, Get Me Ready: A
Parents' Handbook for Children from Birth to Age 5.
Moore, Ramond e Dorothy. Home-Grown Kids: A Practical Handbook for Teaching Your Children at
Home. Waco: Word Books, 1981.
________. Home Style Teaching. A
Handbook for Parents and Teachers.
Reisser, Paul. The
Focus on the Family Complete Book of Baby and Child Care: from Pre-birth
through the Teen Years. Foreword by Dr. James Dobson. Wheaton, Tindale House
Publishers. 1997.
Rod and Staff Curriculum.
Rupp, Rebecca.
Home Learning Year by Year: How to Design a Homeschool Curriculum from
Preschool Through High School. New York: Three Rivers Press, 2000.
Sampson, Robin. What
Your Child Needs to Know When. According to the Bible, According to the State.
Heart of Wisdom Publishing. 2009.
Sonlight
Curriculum
Website.
PARTE I
Princípios Cristãos, Morais e Desenvolvimentistas
1. Princípios Cristãos
- A
responsabilidade exclusiva dos pais e
a importância de um bom lar na primeira educação. Há educadores cristãos,
como o casal Raymond e Dorothy Moore, que defendem que a criança não precisa de
educação formal (escolar) até os 8-10 anos, se em casa ela for devidamente
estimulada e ensinado pelos pais. Até há pouco tempo o governo só exigia
entrada na escola depois dos 6-7 anos; agora a obrigatoriedade da educação
escolar alcança a idade de 4 anos, e a tendência da pedagogia secular é tirar a
criança do lar o mais cedo possível, por meio das creches e programas para
crianças de 0-3 anos. Seu argumento é que a criança pode aprender muita coisa
nessa idade, e que ela será melhor preparada se estiver nas mãos dos
especialistas. De fato, os três primeiros anos de vida são cruciais e
importantíssimos, e a criança aprende e se desenvolve fenomenalmente em todas
as áreas, e adquire os princípios de tudo, especialmente pelo exemplo. O
pedagogos aliados à agenda socialista e marxista que rege a educação de nosso
país sabem disso, como bem provam livros
como "O que Estão Ensinando a Nossos filhos?", "Maquiavel
Pedagogo" e "Quem controla a Escola controla o Mundo", e as
próprias orientações das políticas e documentos nacionais de educação que se
manifestam também nos materiais didáticos diluídos e ideológicos. Mas a Bíblia
(além da história e do senso comum, e das pesquisas educacionais mais sólidas)
afirma claramente que essa tarefa e privilégio de educar e formar as crianças é
muito melhor realizada pelos próprios pais, no ambiente do lar.
- A importância
dos primeiros anos para a formação total da pessoa, tempo em que a criança
adquirirá os princípios e as bases de tudo. A formação infantil de pessoas como
Moisés e Samuel nos anos antes de serem desmamados comprova a importância
espiritual e formativa e as marcas indeléveis deixadas pelo ensino e exemplo
dos pais sobre a mente e alma da criança. Pense também nos exemplos de Isaque,
José, Davi, Salomão, João Batista e Timóteo. "Ensina a criança no caminho
em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele". A Bíblia
também afirma o caráter determinante da educação nos primeiros anos em versos
claros: "A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si
mesma vem a envergonhar a sua mãe", "Castiga o teu filho, e livrarás
a sua alma do inferno". "Porque desde a infância sabes as sagradas
letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus".
"Se não vos tornardes como crianças, não podereis entrar no reino dos
céus", "Da boca de infantes e de crianças de peito tiraste o perfeito
louvor". Além de muitos outros
textos.
- Esse é o
momento de focalizar a formação espiritual, os princípios básicos sobre
Deus, sobre sermos criados e amados por Deus, sobre precisarmos de Deus, sobre
o pecado e nosso coração mau, sobre a pessoa e a obra do Salvador, sobre o seu
lugar no Pacto e no povo de Deus, sobre a sua esperança futura. Lembre que a
criança associará essas verdades às noções de pai, de amor, de paz, de lar, de
cuidado, etc., que ela conhece e vê na sua família. Você pode ensinar as doutrinas
e os princípios de todas as obras de Deus (criação, providência, redenção), de
maneira informal, com o auxílio de um catecismo, ou fazer isso por meio das
histórias bíblicas.
- A necessidade absoluta de focalizar a educação moral nessa fase ao invés da acadêmica, pelo
uso da disciplina e exigência da obediência e exemplificando e direcionando a
formação do caráter da criança. Também é
possível reforçar essa educação preceito (com o auxílio das histórias bíblicas
e outras histórias com fundo moral), mas ela deve ser aplicada pessoalmente a
cada instante da vida da criança.
- A Importância do crescimento
individual e do aprendizado voltado para a utilidade e para o serviço outros
por meio do trabalho: a criança precisa aprender que ela existe para ser
útil a você e a outros, não para ser entretida. O próprio brincar, que é tão
crucial nessa fase, é o trabalho da criança. Ela não considera e não deve
considerar trabalho e brincadeira como opostos. Ela brinca trabalhando e
trabalha brincando. Os pais devem encorajar que ela "se divirta"
sendo produtiva e construtiva, ajudando os pais, varrendo, guardando, limpando,
etc. , Isso também encoraja o seu senso
de valor próprio, por saber que é uma pessoa útil à sociedade.
- A criança precisa ser escrupulosamente guardada de maus exemplos (inclusive
pela Televisão e Mídias) e exposta a exemplos excelentes (pais, adultos e
irmãos mais velhos) pois ela aprende principalmente pela observação e imitação.
2. Educação Moral: Sua Prioridade na Fase Pre-Escolar
- Esteja bastante presente na vida das crianças
(24/7): elas precisam do exemplo dos adultos e são fascinadas por eles. A sua
presença constante é insubstituível: para exemplificar virtudes, bons hábitos e
atitudes, dar atenção e conversar com eles (imprescindível para desenvolvimento
da linguagem), para responder às suas perguntas curiosas e reagir às suas
descobertas e avanços, para garantir sua segurança física, para dar e firmar
limites e exigir a obediência, para tratar das necessidades do seu caráter e
punir atitudes pecaminosas de maneira consistente, para confortá-lo, ajudá-lo,
abraçá-lo e mostrar carinho e amor.
- Com a ajuda de Deus, ore e busque dar bom exemplo às
crianças dos frutos da piedade: amor, alegria, paz, paciência, bondade,
auto-controle, mansidão, verdade, fidelidade. Aspectos do caráter que podem ser
trabalhados nessa idade: obediência alegre e imediata, gratidão, prestar
atenção, cuidado com outros, consistência, alegria, coragem, diligência,
gentileza, humildade, bondade, paciência, perseverança, ser agradável e
respeitoso, segurança, auto-controle, submissão, falar a verdade.
- Porém, lembre que o seu filhinho de 0-3 anos não
precisa só de ensino e de bons exemplos, mas também de disciplina corretiva,
porque ele, por natureza, não é inocente ou propenso à virtude, mas pecador,
corrompido, altamente egoísta e com tendência ditatorial: só pensam em si
mesmos, ignoram os outros, não compartilham brinquedos, são maldosos e
voluntariosos, expressam seus interesses de maneiras pecaminosas, demonstram
sua insatisfação com poderosas demonstrações de emoções, agarram, brigam,
gritam de raiva, machucam outros de propósito, desobedecem regras claras na sua
frente para desafiar e testar o limite da sua autoridade e o poder que ele tem,
pode ser extremamente e irracionalmente negativista: ele pode até querer algo,
mas não aceita se você lhe der o que quer simplesmente por não ter sido idéia
dele, etc. Essas coisas precisam ser disciplinadas com firmeza.
- Sobre a obediência da criança de 0-3 anos: Sejam
bastante amorosos mas estabeleçam limites bem definidos (o que podem ou não
fazer), e, desde o início, estabeleçam a sua autoridade. É sábio, quando
possível, evitar confrontos, mas quando isso acontecer, quebre e dobre a
vontade da criança. Exija obediência imediata. Façam poucas regras, mas exijam
o seu cumprimento. Ex. Não subir na mesa; não mexer nos bibelôs, guardar os
brinquedos depois de brincar, não bater, etc. Nunca dê uma ordem que você não
pretende que seja obedecida. Seu filho nunca é pequeno demais para obedecer.
- Sobre a disciplina da criança de 0-3 anos: Nunca
discipline quando a criança não tiver feito o mal de propósito, e quando tiver
desobedecido por questão de ignorância do sentido das palavras e exigências.
Mas sempre que a criança desobedecer propositalmente, ela precisa ser
disciplinada de alguma forma. Nessa fase, a linguagem que elas entendem melhor
é a física. Até os dois anos de idade, não adianta apelar para a lógica e
explicações. Ao aproximar-se dos três anos, é possível dar algumas razões,
especialmente em questões de segurança, embora as crianças devam obedecer quer
elas entendam ou não. Não argumente com eles sobre a legitimidade de suas
ordens. Castigos e outras formas de disciplina acabam sendo mais dolorosos e
ineficazes nesta idade. A disciplina física deve ser o mais imediata possível
para que a criança associe a punição à desobediência. Ela deve doer sem ferir.
Especialistas cristãos indicam a vara ou outro objeto apropriado em lugar da
palmada, que pode ser inesperada e dar lugar à vazão da ira dos pais. O tempo
de pegar o objeto de punição acalma os pais e prepara a criança para a
disciplina. O bumbum da criança é o
local mais apropriado para receber a vara.
- Lide com cada criança considerando seu temperamento
natural (teimoso ou submisso, alegre ou introvertido, sensível ou revoltoso).
Com crianças difíceis e teimosas, seja sábio e evite entrar em confrontos
abertos. Por exemplo: se ela está brincando quietinha, e você sabe que ela está
numa fase de teimar, não mande, sem motivo, ela sair dali e fazer outra coisa.
Se ela está numa fase de não querer falar, não a force a conversar. Se elas estão
na fase do "Não", tente fazer perguntas cujas respostas não sejam
"não". Ex: De onde vem a chuva? O que o pato diz? Não espere que eles
irão cooperar e compartilhar brinquedos com outros pequenos visitantes: o
melhor é evitar contatos demorados com outras crianças pequenas, ou tirar de
vista o brinquedo cobiçado, ou distraí-las. Encoraje as crianças mais tímidas e
sensíveis, estimule as crianças que tomam a iniciativa de compartilhar algo,
etc.
-Não torne seus filhos o centro das atenções. Não dê
atenção exagerada às gracinhas, descobertas, falas tolas e egoístas e avanços
de seus filhos. Mas elogie um trabalho bem feito, focalizando no trabalho e não
na criança. Pais devem ser geralmente responsivos, mas se você estiver ocupado,
diga à criança que ela terá que esperar um pouco para ter a sua atenção. Sejam
consistentes, mas com cortesia e consideração pela criança. Ex. "Quando
terminar esta torre, guarde os blocos". Não seja severo demais.
- Não ofereça escolha quando não há escolhas a fazer.
Ex: "Aqui está o seu mingau", e não: "Você quer um
mingau?". "Está na hora de ir deitar", e não: "Vamos
deitar?" Depois, quando a criança estiver disposta e acostumada a obedecer
sem reclamar, você pode oferecer que ela escolha entre duas opções aceitáveis:
Você prefere iogurte de morango ou de pêssego?
3. Princípios de Desenvolvimento
- Educadores cristãos e não-cristãos são unânimes em
advertir que, não importa o quão esperto e pronto o aluno de 0-3 pareça,
devemos ter bastante cuidado de não tentarmos ensiná-los "coisas demais
cedo demais". É claro que eles são capazes de aprender e absorver muito
nesta fase, e isso acontece quase naturalmente, pelos instintos de exploração e
curiosidade que Deus mesmo colocou na natureza infantil. Certamente podemos e
devemos direcionar sua curiosidade e habilidades de retenção e imitação, mas
uma coisa parece clara: se, do ponto de vista bíblico e desenvolvimentista, é
nessa fase de 0-3 que as crianças precisam aprender as bases da piedade; e se
essa fase é a menos indicada para o ensino acadêmico, devemos nos concentrar especialmente
na formação do seu caráter, e nos ensinamentos básicos da piedade cristã. Por
isso, a maioria dos educadores cristãos voltados para essa faixa etária não se
cansam de dar sempre este mesmo conselho. Por um lado, não deixe passar sequer
um caso de desobediência, de desrespeito, de tolice despercebido; mas não se
preocupe se a criança chegar aos três anos sem saber as cores, sem reconhecer o
alfabeto, não contar até vinte, etc. Ela simplesmente pode não estar pronta
para isso, e você estará perdendo seu precioso tempo pesquisando currículos,
atividades, e tentando forçar um padrão acadêmico que você está impondo sobre
si mesma e sobre a criança desnecessariamente. Você já estará bem ocupada
correndo atrás de seus filhotes, levando-os para tomar sol e brincar ao livre,
cuidando de todas as suas muitas necessidades e segurança físicas, cuidando da
casa, educando seus filhos mais velhos, e principalmente, estando atenta para
castigar a desobediência e ensinar-lhe hábitos respeitosos e virtuosos.
- Se você ainda assim notar um grande interesse da
parte de seus pequenos de estudar (normalmente isso acontece quando eles vêem
os mais velhos estudando), você pode fazer uma pequena "aulinha" com
eles. Busque conteúdos mais relevantes, como uma história bíblica, ou um
dicionário ilustrado, um livro de colorir, e um caderno de desenho, e diga que
esses são os seus livros e cadernos, e que ele ou ela também fará a sua
escolinha. Mas nunca passe mais de cinco a dez minutos em cada momento. A
atenção deles ainda é curta, e tenha em mente que nem sempre eles estarão
sentadinhos e colorindo como você imagina que acontece numa sala de aula. Eles
podem aprender a memorizar um versículo enquanto você lava a louça, podem
colorir deitados no chão, aprender o alfabeto pulando, e ouvir uma história
enquanto perambulam pela sala. Aos poucos o seu tempo de atenção irá
aumentando, mas jamais force uma "aulinha" assim se eles não
estiverem interessados. Não espere que eles saberão como alcançar as suas
expectativas. Você é que deve estar atento para coisas que chamam o interesse
das crianças, e usar aquilo como um propulsor de algum momento de ensino
relevante. Educadores em geral concordam que, nessa idade, o ensino não precisa
ser sistemático. As crianças aprendem fatos avulsos e desconectados, que
somente numa fase futura serão organizados numa linha do tempo, em causa e
efeito, etc.
- Nunca compare as realizações de seus filhos com a de
outras crianças. Pais experientes sabem que sequer podemos fazer esse tipo de
comparação entre irmãos. As crianças são diferentes; elas se desenvolvem e
aprendem diferentemente, e elas só absorvem certos conteúdos e conceitos quando
elas estão prontas. De repente, algo parece "clicar" nelas, e num
instante elas pode repetir todas as cores que você passou anos tentando lhe
ensinar.
- Resista à tendência de introduzir o ensino formal e
o currículo acadêmico cedo demais. Aguarde sinais de interesse, prontidão e
facilidade de compreensão por parte das crianças. Se um conteúdo estiver
difícil ou desinteressante, desista dele por um tempo, aguarde, e teste alguns
meses depois. A mãe e educadora exemplar Susana Wesley mostrou, há muito tempo,
que entendia esse princípio de que não adianta começar cedo demais. Ela nunca
começou a ensinar academicamente seus dez filhos antes dos cinco anos de idade,
para não cansá-los. Porém, no dia em que eles completavam cinco anos, ela
começava a ensinar-lhes o alfabeto, letra por letra, linha por linha, e rima
por rima, e só passava à letra seguinte quando as crianças liam com perfeição
os versos anteriores. As crianças estavam tão prontas nessa idade para receber
esse tipo de conteúdo que elas eram capazes de aprender todo o alfabeto em um
dia, começavam a ler de Gênesis no dia seguinte, e em menos de três meses liam
e escreviam fluentemente. Mesmo sabendo que nem as mães nem as crianças de hoje
são as mesmas das de antigamente, o princípio permanece válido: antes ficar
atento e esperar por essa fase em que o aprendizado acontece facilmente do que
levar alguns anos e muitas horas de sofrimento tentando ensinar o alfabeto ao
seu filhinho de dois anos que só quer correr e brincar e não mostra nenhum
interesse em suas aulinhas.
- Embora o propósito deste material seja lhe dar uma
base curricular do que a criança pode aprender em cada idade (mais para lhe
tranquilizar!), a instrução básica para os pais de crianças de 0-3 anos
continua sendo: Você não precisa de um currículo para a pré-escola. As crianças
aprendem imensamente nesses primeiros anos apenas no decurso da vida diária, no
contato com o mundo e com as pessoas. Rebecca Rupp, em seu livro sobre
currículo, confirma isso mesmo do ponto de vista secular:
"O
que fazer com nossos filhos em idade pré-escolar? Abrace-os. Fale com eles.
Responda suas perguntas. Jogue jogos. Leia livrinhos ilustrados. Deixe-lhes
ajudá-la a assar pão, organizar as meias, e plantar o jardim. Faça massinhas de
modelar. Cante musiquinhas infantis. Alimente os passarinhos. Risque com giz de
cera e desenhe com giz na calçada. Experimente pintar com os dedos. E apenas
observe-os: De maneira impressionante, ao cresceram de bebês para a idade de
dois, três e quatro, eles irão expandir em seu vocabulário e reunir um incrível
fundo de conhecimento. Da maneira confortável do dia a dia, eles irão aprender
a contar até dez, absorver o nome das formas e cores, memorizar cantigas..., e
o alfabeto, e descobrir como pedalar um triciclo, fazer carambolas, e - ao menos em nossa experiência - desmontar
o vaso sanitário, o berço e o relógio, operar o telefone e a secretária
eletrônica, a cafeteira, e o computador, escrever seus nomes (normalmente e de
trás para frente) na parede, e despojar todo o conteúdo da gaveta de talheres
na central de ar-condicionado. Normalmente - dentre os limites da segurança e
da sanidade dos pais - as crianças pré-escolares deveriam ter liberdade para
explorar. Há mais chances deles aprenderem numa tarde gasta fazendo lama no
monte de areia do que eles poderão aprender do mais bem elaborado
currículo".
- O Bom Lar: é
o melhor lugar para a criança pré-escolar: Tanto Bíblia, a experiência dos pais, como as
melhores pesquisas sócio-educacionais comprovam isso: que o melhor lugar para a
criança pré-escolar é em casa, e seus pais e irmãos são as melhores pessoas
para estar com elas. O bom lar é o lar ordenado, com pais piedosos e
responsivos, que demonstrem amor por meio do cuidado e atenção às necessidades
básicas da criança, e que também são firmes na imposição de leis e regras que
todas a família deve obedecer. No âmbito acadêmico e do bom desenvolvimento infantil,
um bom ambiente familiar é aquele que fornece bons exemplos e hábitos para a
estruturação da vida infantil, e que estimula ou direciona o conhecimento do
mundo e as habilidades desenvolvimentistas da criança. Se bem que estímulo a
criança tem - basta que lhe proporcionarmos e direcionarmos, por meio de uma
liberdade relativamente segura, as experiências e o contato delas com a
natureza, com o mundo a seu redor, e com
matérias primas variadas para sua exploração, manipulação e experimentação.
- A melhor socialização: a criança dessa idade aprende
mais pela imitação do que pelo preceito. Dê-lhe bons exemplos de fala e
conduta, de preferência adultos e outras crianças que obedecem as regras do
lar. Limite coleguinhas a pequenos grupos de crianças bem criadas, e sempre sob
a sua supervisão. Regra básica: número de colegas não deve exceder a idade da
criança. O ideal é que a primeira socialização com outras crianças seja com os
irmãos, ou mais velhos, para lhe servirem de exemplo e cuidarem deles, ou mais
novos, para ela aprender a cuidar e amar alguém menor e mais indefeso. Hoje,
com as famílias que só tem um ou dois filhos muito espaçados, esse tipo de
socialização saudável encontra-se ameaçada.
- Os conteúdos pré-escolares (o conhecimento do mundo ao
nosso redor: natureza, profissões, formas, cores, lugares, sociedade, etc.)
podem ser muito melhor aprendidos no contexto da vida e sob a liderança da
família do que numa sala de aula ou por livros didáticos: proporcione a eles
muitas experiências também fora de casa: leve seu filho com você para passear
no parque, para a praia, em viagens, para o supermercado, para o correio, para
o restaurante. Mostre e aponte para ele os meios de transporte e sinais do
trânsito, as escolas, as indústrias, os tribunais, o hospital, as profissões,
os artesãos, etc. Crianças em idade pré-escolar não precisam ficar trancadas em
casa com uma babá, avó ou tia. Você não precisa adiar viagens e compromissos
para quando elas são mais velhas. Elas estarão aprendendo sobre o mundo com
todas essas experiências, e também a se comportar e imitar os adultos nas
diferentes circunstâncias: educação no restaurante, ficar quieto no culto ou
lugares solenes, etc. "É pela interação com, e observação e imitação
daqueles ao seu redor que ele aprende sobre a vida- suas habilidades
sociais" (Moore, p. 105)
- Esse é o tempo ideal de dar-lhes bom conteúdo para
memorizar, ou eles irão aprender somente palavra e músicas tolas. Ensine e
repita constantemente versículos bíblicos, perguntas do catecismo, corinhos,
hinos e porções de salmos, rimas de qualidade sobre a natureza. E esse tipo de
ensino nem sempre acontece espontaneamente. Vale a pena tirar um tempo e
investir em preparar materiais desse tipo para os seus pequenos: faça uma lista
de músicas para ensiná-lo; selecione perguntas do catecismo para a sua idade,
escolha bons versículos para memorização.
- Ensine pelo método de Deuterônômio 6: todo o dia, o
dia todo: ao nos sentarmos na casa, ao andarmos pelo caminho, ao nos deitarmos
e ao levantar-nos. Faça uma placa e pendure os mandamentos em você e nos
cômodos da sua casa. Alguns chamam esse ensino informal e constante de
discipulado. (conheço uma mãe que alfabetizou seus filhos com um cartaz com as
letras do alfabeto colado na parede do banheiro em frente ao vaso sanitário.
Você pode fazer algo semelhante com versículos e toda espécie de conteúdo
relevante, para lembrar de trabalhá-los regularmente.
- Os melhores educadores ressaltam a importância de manter
as crianças fora do ambiente institucionalizado (creches, pré-escolas,
escolinhas dominicais, etc.), e de se cultivar um bom ambiente domiciliar,
(calmo e ordeiro, estimulante do aprendizado, amoroso e responsivo). A última
coisa a fazer nessa idade é colocá-las numa escola ou creche. Se for
extremamente necessário deixar seus filhos aos cuidados de outros, que seja num
ambiente o mais parecido possível com um lar, e com pessoas o mais parecidas e
que sustentam os mesmos princípios que sua família.
- Por outro lado, não negligencie a importância de uma
boa educação pré-escolar integral no ambiente doméstico: não ignore seu filho,
não deixe-o com babás ou aos cuidados de outros, não dê mal exemplo, e considere
a importância de lhe dar o devido tempo e devida atenção e instrução formativa
nessa fase. Raymond e Dorothy Moore sumarizam a importância da educação (em
casa, pelos pais) da criança pré-escolar:
"É
incrível perceber que mesmo ates de fazer três anos de idade, o seu filho já
realizou muitas coisas e virtualmente lançou a base para todas as outras fases
da sua vida futura. Os psicólogos em geral concordam que o estilo de vida, a personalidade,
a habilidade linguística, o potencial mental, o auto-conceito, a atitude para
com a autoridade, e a constituição física estão todos basicamente bem
estabelecidos até os três anos de idade."(p. 108)
4. Educação da Personalidade: Aspectos Psicológicos, Sócio-Emocionais e Desenvolvimentistas
- O desenvolvimento sócio-emocional da criança de 0-3
anos é um fator que será determinante dos anos futuros da criança para o bem ou
para o mal; hábitos e impressões
adquiridas até os três anos não são facilmente modificados. A criança precisa
identificar desde muito cedo quem a ama, cuida dela, está presente, em quem ela
pode confiar, quem garante a sua segurança enquanto ela explora, quem lhe irá
confortar. A criança apegada à mãe é a mais socialmente saudável, pois usa a
mãe como uma base de segurança e conforto enquanto explora o mundo. Ela irá
mais cedo sentir empatia pelo que os outros estão sentindo, desejo de
compartilhar, e capacidade de brincar com outras crianças sem se fazer de
ditadora nem de vítima. Já as crianças que parecem não interagir ou depender da
mãe, e as que ficam ansiosas quando a mãe está ausente mas não aceitam o
conforto da mãe quando ela retorna, estão em maior risco de demonstrar,
futuramente: dependência emocional, agressividade, desobediência, frustração,
falta de atenção e hiperatividade. (baseado em pesquisas seculares)
- Um apego saudável à mãe e um bom ambiente familiar é
estabelecido desde muito cedo: amamentação regular (à demanda ou controlada,
para ensinar os primórdios do auto-controle); carinho físico e verbal; estado
emocional da mãe tranquilo e confiante; fala calma e responsiva; pouco barulho
ambiente de TV, gritarias de outras crianças, choros, etc.; música ambiente
tranquila; união dos pais e irmãos; firmeza e consistência dos pais para não
ceder aos protestos da criança no que diz respeito a decisões relacionadas a
hábitos de dormir, comer, brincar, descansar, etc.; liberdade controlada para
explorar sempre na presença dos pais; Estímulo e auxílio voltados a
proporcionar a independência da criança em tarefas que ela pode fazer sozinha:
segurar a mamadeira, beber de um copo, sentar à mesa com a família,
alimentar-se sozinho, guardar brinquedos, vestir-se etc.
- Ensine e exija a obediência a regras simples com uma
atitude positiva e num contexto de alegria. Reenforce a necessidade básica da
criança de obedecer para ser feliz com histórias de uma criança que está feliz
pois obedece ao papai e mamãe, ou de bebês animais que fazem prontamente o que
a mãe manda: "Pule, diz a mãe sapo; eu pulo, diz o sapinho, ele pulou e
nadou todo dia no laguinho". Ou brinque de dar ordens para a criança
obedecer rapidamente: encontre algo vermelho e traga para a mamãe.
- Brincar é o seu trabalho e o melhor estudo. Ela
gosta de brincar e de trabalhar. Não a desiluda com uma atitude negativa para
com o trabalho. "Não faça pela
criança o que ela é capaz de fazer sozinha". Deixe-a lavar as mãos,
joelhos, pés (ela aprenderá sobre pares); se vestir, pentear o cabelo, escovar
o dente (antes de você escová-los melhor). Ensine-a a trabalhar e a lhe ajudar
com tarefas simples: guardar brinquedos, pôr a mesa, arrumar a cama, levar o
lixo, jogar fraldas e papéis no lixo, dar descarga, espanar móveis, etc.
- A criança não tem ainda noção de tempo. Não se apressa
nem se atrasa de propósito. Pouca paciência, quer as coisas agora. Ou fica
horas brincando, estudando ou manipulando algo de seu interesse. O que fazer:
Quando possível, não interrompa e estimule a sua atividade solitária: isso lhe
ajuda com a coordenação, aumenta sua capacidade de concentração e o período de
atenção. Por outro lado, estabeleça
limites de tempo, por exemplo, com um alarme, quando a criança está demorando a
fazer algo que ela quer fazer sozinha. Ensine-a a paciência, a esperar para ter
um desejo satisfeito como para ler um livro, ir para a cama, receber a
mamadeira, hora das refeições.
- A criança tem um desejo natural pela ordem e ritual
(fazer as mesmas coisas no mesmo horário, dia após dia), encontra segurança na
rotina, e fica feliz de saber o que esperar de cada dia. Busque ter uma certa
rotina e ensinar a organização: arrumar gavetas, prateleiras, quarto, armário,
guardar compras, etc.
- Porém não torne as crianças (nem você mesma) escravas
da rotina, do ambiente de costume ou de objetos de seu apego. Elas gostam de
pequenas surpresas, e elas precisam aos poucos se acostumar com as mudanças. No
caso de grandes mudanças, prepare-as para eventos como ida ao médico ou
dentista, mudanças de casa, visitas, festinhas, viagens: conte-lhes o que vai
acontecer, quem estará lá, o que ele vai ver, como ele deve reagir. Também é
bom treiná-la a se comportar em lugares não familiares, a dormir no seu colo ou
bebê conforto quando a cama não está disponível, a comer fora sem precisar da
sua cadeira, seu prato e copos especiais, a não reclamar se tiver esquecido a
mamadeira ou paninho, enfim, para que você e ela possam "sobreviver"
sem os seus equipamentos especiais e costumeiros. A vida muitas vezes não é
confortável ou previsível. A criança precisa aprender se adaptar às mudanças e
a lidar positivamente com os imprevistos da vida.
- Desde já podemos ensinar a criança sobre Propriedade
Privada. O respeito à propriedade sua e dos outros: não usar os objetos de
decoração da casa para brincar, brincar apenas com o que é seu (está na sua
caixa ou cantinho de brincar, e cuidar e arrumar o que é seu), mostrar que
outras coisas pertencem a outros membros da família, "isso é do papai, não
posso pegar sem pedir". Cantar, na melodia das estrofes de "Jesus me
Ama":
Isso
aqui é do/da__________ (papai, mamãe, maninho, vovó...)
Não
vou mexer no que é seu
Não
vou pegar sem pedir'
Vou
brincar com o que é meu.
- As emoções de uma criança de dois anos normalmente
são exacerbadas: chora de frustração se não consegue pôr uma roupa, se apavora
se não vê os pais por perto, perder um brinquedo é como ver o mundo se acabar,
êxtase se gosta de alguma coisa, à semelhança do que acontece na
adolescência. Você precisa entender essa
situação emocional deles, mas não desculpar atos que são claramente
pecaminosos. Como lidar com isso: um bom sono durante o dia, ou ir para a cama
mais cedo; não mude suas decisões por causa de sua reação emocionada;
discipline quando a reação for pecaminosa e desafiadora.
3 comentários
Write comentáriosCara irmã Karis Davis,
ReplyQue texto riquíssimo!
Louvado seja a Deus pelo o que Ele tem feito através da sua vida.
Eu e o meu marido gastamos um bom tempo neste final de semana lendo-o e ficamos maravilhados, muitas coisas escritas aqui vieram a nos acrescentar de maneira extremamente esclarecedora, outras nos redirecionar, e outras ainda a nos trazer mais convicções sobre nossas condutas. Agradecemos por essa obra, por todo seu estudo e a disponibilização de biografias, pelo zelo com as Escrituras e clareza em concentrar tantas coisas em um único material. Estamos ansiosos pelas próximas postagens. Certamente iremos imprimir - por acaso isto é parte de um livro de sua autoria?
Obrigada mais uma vez. Deus a abençoe!
Amei o texto, fantástico. Parabéns!!!!
ReplyÓtimo trabalho. Parabéns!
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